quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

Banheiros

Eu gosto de banheiros. É uma mania estranha, eu sei. Quando vou a lugares diferentes, me seguro para não ir logo ver o banheiro ou o toalette, se acharem o nome "banheiro" agressivo. Eu não o acho. Considero um nome normal. Mas voltando a minha afeição por banheiros, quando conheço locais novos, só fico à vontade depois que peço licença aos que me acompanham e vou ver o banheiro.
Estabeleci quatro quesitos de análise: decoração, espaço, limpeza e arrumação. E conceitos de 0 a 10. Depois que faço isso, aí sim, fico sossegada e pronta para curtir mais uma noite.
Faço isso também na casa das pessoas em que visito. Gosto de ver como as pessoas montam o banheiro delas, dá pra ver a importância ou relaxamento que dão para o banheiro. Mas não sou uma crítica chata, se não gostar, não quero mais usá-lo, não é assim. Gosto de banheiros, simplesmente.Eu demoro em tudo que dá pra fazer dentro deles.E principalmente no banho, gosto de encostar minha bochecha na parede fria, com a água quente e assim sentir ela escorrer por minhas costas e depois também ver o vapor da água. Faço isso sempre antes de dormir para relaxar.
Não sou arquiteta e tampouco entendo de decoração, mas já sei exatamente como quero um banheiro, quando puder tê-lo só para mim.

Manuscrever

Perdi o jeito. Não consigo mais compreender a minha letra. Adaptei-me até demais a digitar, a escrever em computadores de todos os tipos e esqueci de verdade como é manuscrever. Por pura falta de hábito. Não reconheço mais a minha letra O e nem a minha letra C maiúsculas.Fico triste, porque esforcei-me tanto para aprender a escrever, e depois para tornar a minha letra bonita. Dá-lhe cadernos e mais cadernos de caligrafia, dia e noite ditado proferido por minha mãe e mais tarde foram as cartinhas de amor para a Naza, tornei-me cúmplice de uma história de amor arrebatadora por causa da minha letra. E agora, torno-me refém do teclado do meu notebook. Quanta pós-modernidade. Pós-modernidade essa que retirou-me a minha caligrafia bonita e sentimental, por uma digitação high tech e fria.
Daqui alguns anos, não conseguirei escrever mais nada de próprio punho. Ainda não consegui pensar em um jeito de resolver essa questão, quero a minha letra bonita de volta. Quero retornar a manuscrever.